quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Filhos - um tesouro inestimável


Ontem cheguei do trabalho extremamente cansado. Tenho trabalhado em dois turnos há vários meses para conseguir pagar a prestação da casa que compramos. Tenho meu emprego normal das 9h às 18h e, após chegar em casa, faço frilas de tradução até o horário que o corpo e a cabeça aguentam: 1h, 2h, 3h da manhã...

Porém, entre um turno e outro de trabalho, tenho minha esposa, Katya, e nossos dois filhotes, a Amanda de 2 anos e meio, e o Thomas de 8 meses. Quando eu chego em casa, não tenho escapatória: é preciso pegá-los no colo, amassar, beijar, jogar pro alto, deitar e rolar, pular na cama, etc. etc. etc.

Às vezes, quando estou cansado demais (como ontem), só tenho vontade de sentar um pouco no sofá e esperar a vida passar. Não dá pra mentir: às vezes é difícil manter o ânimo diante dos dois pimpolhos pipocando pra lá e pra cá.

Mas ontem resolvi esquecer dos prazos, parei de pensar nas traduções ainda a serem feitas, na prestação que precisa ser paga e nas tantas outras pedras que nos atropelam pelo caminho.

Segurei minha filha nos braços enquanto cantamos um belo hino sobre Jesus Cristo, chamado O Milagre. É interessante como ela sempre chora e me abraça quando esse hino em especial acaba. Não é choro de tristeza, nem de alegria. Acho que é o choro de sentir algo especial na alma. Depois, coloquei uma valsa e dançamos pela sala com a minha filha às gargalhadas.



Peguei o Thomas no colo e dei vários cheiros nele, até ele também gargalhar. Olhei para minha filha e lá vem ela com o tablet na mão. Ela senta no sofá e sozinha abre o aplicativo do alfabeto. Começa a desenhar as letras e repetir: "Leta A... Leta B...". Coloquei o Thomas no berço e ele já foi se agarrando nas grades e ficando em pé sozinho. É emocionante ver o progresso desses baixinhos. A primeira vez que ele ficou em pé no berço foi sábado. Já está na hora de eu baixar o colchão...

Seguimos nesse ritmo, contando histórias, brincando, orando e nos divertindo muito, até que os olhos começam a ficar pesados e chega a hora de dormir. Enquanto a Katya cuidava do Thomas, fui preparando a Amanda: dei a mamadeira, escovei os dentes dela e peguei-a no colo para embalá-la, enquanto fui contando a história da branca de neve.

Amandinha começou a enrolar os cabelos com o dedo, sinal de que já ia pegar no sono. Sentei na cama com ela deitada no colo e fui balançando devagar, esperando que ela logo adormecesse. De repente, ela abre bem os olhos e me encara. Sentou-se no meu colo e disse, jogando os braços no meu pescoço: "Um abaço, papai, um abaço".

Envolvo-a em meus braços e ela me aperta como a Felícia apertaria um gatinho. Um abraço tão gostoso, genuíno e espontâneo. Ela então volta a deitar em meu colo e diz: "Umpamo, papai", que significa "Eu te amo, papai", e em seguida cai no sono.

Enquanto a observo em meu colo e pondero a expressão de amor e afeto que acabei de receber dela, meu coração se enche de alegria e percebo que os filhos são um tesouro inestimável. Vale a pena qualquer sacrifício para trazê-los ao mundo. E vale muito mais qualquer sacrifício para passar todo o tempo possível com eles.

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